sábado, 29 de agosto de 2009

Convite para ouvir Karine Alexandrino


Producta - Sonho e Fumaça
Composição: Karine Alexandrino


"Vamos fazer tudo só comigo
Tudo só comigo
Soy una señorita de sorte!
Meu!
Tenho una vida engraçada
Muita gente critica, "fala"
Só às vezes me aborreço
Mas é tão bom..
Viver minha vida inventada
- pode ficar com sua vida pra você
Às vezes me sinto até feliz
Quando aparece alguém
Que quer inventar de viver mi vida tb
Vem querido, vem me tocar
Sou real, material de primeira
Soy feliz, soy fabulosa, soy amada
Soy loca!
Loca por ti
Dou autógrafos todos os dias
Eu tenho a força!!!
Mi vida irreal
Irreal
Soy rica
Soy fabulosa!
É verdade
É sério"

Continuando a série de posts sobre alguns artistas que fazem algo diferente, inovador, cada um naquilo que lhes são atribuídos, e claro, meus favoritos, senti vontade de citar uma “astista” cearense, Karine Alexandrino. E, também de justificar o título desse blog, batizado por mim em referencia a um pedaço da música mulher ioiô do album QUEREM ACABAR COMIGO, ROBERTO (2004), 2° disco solo da cantora, que já foi integrou uma banda de um estilo bem experimental chamada, INTÓCAVEIS PUTZ BAND. E sim, estou panfletando! rs


Karine denominou-se diva anti-diva, tem um trabalho autoral que poderia ser definido como um neotropicalismo eletrônico, mas sua performance chama atenção pela universalidade dos temas.
Suas músicas servem como trilha para a vida de uma personagem inventada por ela em seu CD de lançamento chamado SOLTEIRA PRODUCTA (2002).


Producta é uma senhorita em busca de seu amor e foi transformada em mulher tombada no seu segundo disco “Querem acabar comigo...”. A “formosa bandida” a partir de então, começou uma especie de campanha em prol de seu tombamento pelo patrimônio imaterial. Claro, tudo brincadeira, ou não. Só sei que daí ela criou sua marca registrada que é o seu tombamento por onde quer que passe, seja onde for, ela tomba! Tomba mesmo, de cair no chão e nós caimos juntos. Pois, segundo ela , do chão não passa.


Confesso que a primeira vez que fui apresentado à sua música, achei tudo muito estranho e, pessoalmente, ela é uma criatura muito autêntica, chega chocar tamanho vanguardismo. Suas roupas parecem ter sido tirados de um desfile de tendencias de moda. E da sua boca saêem as tiradas mais inteligentes e engraçadas que já ouvi.


Estranheza à primeira vista, desconfio até que seja de proposito que ela faz. Porque Karine é daquelas artistas que não segue a resignação de quem quer fazer um trabalho muito certinho, politicamente correto e banal. Ela é confrontadora, independente e abusada, no melhor sentido da palavra.


Seu trabalho é bastante elogiado pela ousadia e pela sua performance no palco. Também, já se apresentou com a banda belga Vive La Fete no Abril Pro Rock em 2004 e fez muitas apresentações em diversas cidades do Brasil, o que lhe rendeu bastante destaque na época, fazendo inclusive, várias aparições na programação da MTV.



Karine também escreve para o Jornal “O POVO” em Fortaleza, na coluna “Valentina Warhol”, no qual já saí em algumas matérias sobre a minha banda imaginária MARICOTA & OS MÁRTIRES (depois explico!), desde então nosso sucesso aumentou (como diria um amigo, ALOKA!) rsss.

Além de tudo, acumula as funções de fotógrafa, apresentadora de TV e, mãe. Essa última a afastou dos palcos para fazê-la se dedicar totalmente ao pequeno Fausto, seu primeiro filho, que até onde sei, tem feito da mulher tombada uma mãe muito feliz.


Tá, os fãs entendem, afinal, o motivo é mais do que nobre, mas já estamos morrendo de saudade dos gritinhos, dos gemidinhos e do charme luxoso que a perdicta esbanja nas suas apresentações. O que parece estar próximo de acontecer, pois a mesma já se apresentou em São Paulo no último mês de julho. É a volta! E ela promete ter mais.


Que bom, pois sentimos falta de vê-la desfilando pela cidadela, de entrar em camarins pra falar com artistas por estarmos acompanhados por ela, que nos dava a maior moral e terminar a noite conversando barbaridades amênas e amênidades barbaras...


Eu, convido a todos a ouvir Karine, com os olhos e os ouvidos bem abertos e também a ama-la ou odiá-la, afinal, quem odeia também ama, do seu jeito.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Vermelho almodovar

Dia desses, revi o filme VOLVER do maravilhoso Pedro Almodóvar. E como fã dos filmes desse diretor espanhol desde que assisti CARNE TRÊMULA, sem conseguir entender direito de inicio aquela fórmula almodoviana de criar aqueles personagens bizarros e cenas em fortes tons vermelhos, logo em seguida ser levado a ter outras sensações visuais, e por fim ficar completamente extasiado com a genialidade de um dos maiores diretores da contemporaneidade, hoje, sou um verdadeiro entusiasta da obra dele. Tanto que espero ansioso pela estréia de LOS ABRAZOS ROTOS no Brasil, prevista para novembro. E como a sinopse já anuncia, Almodóvar levanta questões da alma humana, marca registrada dele, como amor, fatalidade, ciúme, abuso de poder, traição, complexo de culpa, tudo isso mesclado como um quadro surrealista e visceral.


LOS ABRAZOS ROTOS traz de volta a parceria de Almodóvar com a maravilhosa e agora, diva oscarisada Penélope Cruz, que em Volver surpreendeu-me cantando, ou melhor, dublando, mas ela o faz tão bem que os desavisados nem percebem, pois a moça dá um show de interpretação para nenhum crítico botar defeito. Confesso que não acreditava muito no talento dela a um tempo atrás, mas essa cena, em particular, é de ficar sem fôlego de tão emocionante. É um dos ápices do filme!

Claro que isso se deve a genial direção de Almodóvar que, conta na trama de Volver as experiências de sua infância, rodeado pelo universo feminino, para analisar a relação entre mães e filhas e, também, do culto à morte nos ambientes rurais, sem fazer do longa um filme fúnebre.

Vale frisar que sinto falta nesse filme algumas características bem peculiares do diretor, por exemplo: o vermelho sempre intenso nos outros longas, nesse, é mais sutil. As reviravoltas e peças que ele costuma pregar nos espectadores, foram trocados por um roteiro mais focado na história de uma dona de casa aflita, mãe protetora e uma mulher forte e amorosa. E isso tudo contado com o olhar de devoção que Almodóvar tem sobre as mulheres. É um filme, segundo o diretor, feito pra elas.O longa mostra-se uma marcante lição de companheirismo, confronto com o passado, ajuste de contas e amor familiar.

Almodóvar tem plenamente a capacidade de captar a alma humana. E me sinto extremamente identificado com essa visão crua que ele tem sobre a vida.

Melhor filme dele? Não sei dizer. Até porque, gosto de tudo que já vi. Mas VOLVER é um filme único e complexo que levanta vários questionamentos sobre vida, amizade, família e amor.

Agora, é só esperar LOS ABRAZOS ROTOS!

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Onde está todo mundo?

Eu trabalho numa grande empresa de telecomunicação móvel e há pouco tempo, uma coisa me chamou atenção durante o meu expediente de trabalho, num treinamento sobre tecnologia e soluções de dados, voltado a novos meios de comunicação. Fui apresentado a tudo de novo que está sendo lançado no mercado da telefonia móvel e ao que o futuro pode trazer. Confesso que fiquei bastante impressionado com tanta coisa que não acreditava que um dia estaria ainda vivo para ver, coisas que durante a minha infância via muito em filmes futuristas e não acreditava que um dia isso seria real, que pudesse alcançar. Mas, ouvindo o que o que o instrutor dizia, fazia uma análise crítica sobre essa tal tecnologia. Não desprezando o que a modernidade trouxe e trará para facilitar a nossa vida, mas confesso que fiquei preocupado.
Durante o tempo que ouvia tudo que era dito naquela palestra, eu pensava em como
a passagem dos tempos, que trouxe as grandes invenções, a tecnologia que globalizou tudo, convergiu tudo em uma coisa só, diminuiu as distancias, contraditoriamente, individualizou as pessoas, distanciou-as do contato físico e as deixou mais solitárias.
Lembrei-me que minha mãe relatava que seus pais quando jovens, nas matinês de domingo, sempre iam ao cinema, e faziam daquilo um acontecimento, um encontro com os amigos, todos se vestiam com suas “roupas de domingo" e antes de ir pra casa tiravam uma foto no lambe-lambe da praça (coitado dos fotógrafos de praça, todos devem ter morrido de fome). Hoje, os melhores cinemas ficam dentro de um shopping. E apesar de ainda fazermos isso como um motivo de encontrar os amigos, namorados... Não é algo que fazemos como um grande evento. Naquela época, não tinha televisão, pelo menos não para a grande massa, e aquilo era o único contato que aquelas pessoas tinham com o mundo exterior. Comparado a hoje, o que é o rádio, o telefone, que já existiam então, se temos a internet que é algo que revolucionou o mundo e a velocidade das informações.
Mas a Televisão logo chegou e durante muito tempo não foi acessível a todos, tanto que lembro, na hora do Jornal Nacional lá em casa, já nos anos 80, na hora do jantar todo mundo tava junto, até os vizinhos. Isso mesmo! Nem todo mundo tinha esse eletro-eletrônico que hoje é tão popular, era um objeto de luxo, e TV em cores então? Nossa, era "coisa de rico"! Eu não era rico, nunca fui (que pena! hehe), mas lá em casa era uma das poucas que tinham. Lembro-me também que, na hora da novela, vinham umas três ou quatro vizinhas, amigas da minha mãe, assistir com a gente. E eu gostava de ver um monte de gente na minha casa. Era uma aproximação tão boa! Confesso que hoje não dou muita atenção a vizinhos, tenho medo do provincianismo deles. Mas faço questão de estar perto dos meus queridos. Detesto ficar muito tempo sem ter ninguém pra conversar (ou brigar! rs).
Mas voltando ao assunto, hoje a internet trouxe uma coisa que é a comunicação rápida, o relacionamento virtual e, isso, de certa forma nos afastou mais, deixou um pouco de lado o calor humano. Isso me assusta! Tenho medo de ficar cada vez mais longe dos meus amigos.
Será que a evolução das coisas está nos deixando mais sozinhos? Acredito que eu não seja uma pessoa saudosista, mas será que não estamos deixando as relações mais frias?Antes, pra se ver um filme arrumava-se todo, chamava-se os amigos, as (os) namoradas (os) e todos se encontravam numa bela tarde de domingo pra celebrar a amizade, a alegria, o amor... Depois, com a televisão ninguém mais precisava sair de casa para assistir um filme, por exemplo. E hoje, você sozinho, é isso mesmo SOZINHO, pode assistir a um filme na internet, no seu próprio celular, individualmente, solitário, como me foi apresentado, além de outras soluções, naquele treinamento de trabalho, equipamentos que, pensando por essa ótica, fazem isso. E o que vem depois? É isso que o futuro nos reserva?
Todo o processo evolutivo é de grande valia e se vem para trazer uma vida mais pratica ou solucionar antigos problemas, sou totalmente a favor! Mas não esqueçamos que o mais importante é viver, celebrar, amar, juntos e perto de quem queremos estar.
Enquanto ficava maravilhado com as tendências tecnológicas e com futuro da comunicação, naquela sala fria do ar-condicionado e um monte de pessoas que convivo só profissionalmente, sentia uma imensa vontade de abraçar algumas que eu amo, que amei e que ainda pretendo amar, da forma mais primitiva, mais natural e genuína. Por isso, eu peço encarecidamente a todos, não deixem de acreditar na união, não nos afastemos, não percam a vontade de abraçar uns aos outros. Eu gosto de sentir o calor dos meus amigos, amores e familiares. O cheiro, os beijos, o afeto. Não deixemos o mundo moderno distanciar nossos momentos e nem virtualizar os nossos relacionamentos. Vamos usar isso tudo como um aliado ao nosso meio de comunicação, mas nunca como principal forma de se ter contato.A solidão é um equívoco da vida! A caminhada é menos cansativa quando se anda de dois ou mais. Há sempre um lugar pra mais um do nosso lado...

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Quem não gosta de música, Roberta Sá?


A música é algo essencial na vida do ser humano, eu acredito piamente que o indivíduo que não gosta de música, uma boa música, bom sujeito não é.
E não gostar de samba então, nem preciso dizer que, esse, "é ruim da cabeça ou doente do pé", ou as duas coisas. E ultimamente, tenho ouvido muito samba.

Mas, não sou nenhum pouco preconceituoso com nenhum tipo de manifestação musical, seja lá qual for o ritmo, acho que de tudo pode se aproveitar alguma coisa. Mas é claro, eu tenho um critério: a música precisa fazer algum sentido, me tocar de alguma forma e não ter sido feita com o único propósito de ser vendida. É claro que sabemos que todo artista quer ter o reconhecimento e se o sucesso vier com isso, ótimo! Também discordo com aqueles que dizem que aquilo que faz parte do mainstraim, não presta. Mas eu abomino tudo que é feito com essa finalidade. E isso, é um tipo de cultura de massa que aliena as pessoas.

Música pra mim é quase um combustível, só sei me movimentar ouvindo música. Seja indo pro trabalho, em casa, estudando, lendo, sorrindo, chorando... Eu coloco música em tudo. Minha vida tem uma trilha sonora extensa. Se fosse lançar um cd com os "meus" greates hits, teria que ser com vários volumes, nacional e internacional (rs).

No entanto, atualmente, tenho dado uma atenção especial ao trabalho de uma cantora potiguar que escolheu o Rio de janeiro como sua terra do coração, adotando o samba e a música brasileira como suas principais influencias. Roberta Sá é uma cantora de voz afinadíssima, daquelas cantoras que são extremamente dedicadas à técnica vocal, com uma escolha de repertório irretocável e um brilho irradiante.

Roberta Sá, atualmente, é o maior sucesso na minha trilha sonora... E eu indico!

A foto acima é do show “Alô...Alô? 100 Anos de Carmen Miranda” como título revela é uma homenagem aos cem anos de Carmen Miranda, que aconteceu em Fortaleza no último dia 14/08. Simplesmente, lindo! Roberta, veio à terra do sol pela primeira vez cantar, e apesar de ainda não ser com o seu repertório, pois esse é um projeto do BB, no qual ela está participando, foi esplêndido vê-la pela primeira vez no placo ao vivo. . Mas como ela mesma disse, estreou em Fortaleza “abençoada pela Carmen’ e ficou a promessa de voltar no Ceará Music, aí sim, com o seu show próprio e lançando o seu primeiro DVD que estará à venda em setembro.

Mas, estou arrasado: Perdi todas as fotos que tirei com a Roberta (lógico, fui falar com ela! rs). Porém, estou tentando recuperar-las da câmera digital. O cartão de memória apresentou um erro e procuro um jeito de resgatar essas fotos. Espero que consiga!

Pela boa música, todo esforço vale a pena... E pela Roberta Sá, vale toda tietagem de um fã apaixonado pela boa musica.
créditos: Foto by Lid Limaverde

sábado, 15 de agosto de 2009

Geração "tribalista"


Na hora de cantar todo mundo enche o peito nas boates, levanta os braços, sorri e dispara: "eu sou de ninguém, eu sou de todo mundo e todo mundo é meu também".
No entanto, passado o efeito do álcool, da droga ou seja lá o que tenham consumido e dos beijos escompromissados, os adeptos da geração "tribalista" se dirigem aos consultórios terapêuticos, ou alugam os ouvidos do amigo mais próximo para reclamar de solidão, ausência de interesse das pessoas, descaso e rejeição. A maioria não quer ser de ninguém, mas quer que alguém seja seu.
Beijar na boca é bom? Claro que é! Manter-se sem compromisso, viver rodeado de amigos em baladas animadíssimas é legal? Evidente que sim. Mas por que reclamam depois? Será que os grupos tribalistas se esqueceram da velha lição ensinada no colégio, de que "toda ação tem uma reação"? Agir como tribalista tem conseqüências, boas e ruins, como tudo na vida. Não dá, infelizmente, para ficar somente com a cereja do bolo - beijar de língua, namorar e não ser de ninguém. Para comer a cereja é preciso comer o bolo todo e nele, os ingredientes vão além do descompromisso, como: não receber o famoso telefonema no dia seguinte, não saber se está namorando mesmo depois de sair um mês com a mesma pessoa, não se importar se mesma estiver beijando outro, etc, etc, etc.
Embora já saibam namorar, "os tribalistas" não namoram. Ficar também é coisa do passado.
A palavra de ordem hoje é não ter compromisso. A pessoa pode ter um, dois e até três ao mesmo tempo.
Dificilmente está apaixonado por seus "ficantes", mas gosta da companhia do outro e de cultivar a ilusão de que não está sozinho.
Nessa nova modalidade de relacionamento, ninguém pode se queixar de nada.
Caso uma das partes se ausente durante uma semana, a outra deve fingir que nada aconteceu - afinal, não estão namorando. Aliás, quando foi que se estabeleceu que namoro é sinônimo de cobrança?
A nova geração prega liberdade, mas acaba tendo visões unilaterais. Assim como só deseja "a cereja do bolo tribal", enxerga apenas o lado negativo das relações mais sólidas.
Desconhece a delícia de assistir um filme debaixo das cobertas num dia chuvoso comendo pipoca com chocolate quente, o prazer de dormir junto abraçado roçando os pés sob as cobertas e a troca de cumplicidade, carinho e amor.
Namorar é algo que vai muito além das cobranças. É cuidar do outro e ser cuidado por ele, é telefonar só para dizer boa noite, ter uma boa companhia para ir ao cinema de mãos dadas, transar por amor, ter alguém para fazer e receber cafuné, um colo para chorar, uma mão para enxugar lágrimas, enfim, é ter alguém para amar.
Já dizia um poeta: "amar se aprende amando" e se seguirmos esse raciocínio, esbarraremos na lição que nos foi transmitida nas décadas passadas: relação é sinônimo de desilusão. O número avassalador de divórcios nos últimos tempos, só veio confirmar essa tese e aqueles que se divorciaram (pais e mães dos adeptos do tribalismo) vendem (na maioria das vezes) a idéia de que casar é um péssimo negócio e que uma relação sólida é sinônimo de frustrações futuras.
Talvez seja por isso que pronunciar a palavra "namoro" traga tanto medo e rejeição.
No entanto, vivemos em uma época muito diferente daquela em que nossos pais viveram.
Hoje podemos optar com maior liberdade e não somos mais obrigados a "comer sal junto até morrer".
Não se trata de responsabilizar pais e mães, ou atribuir um significado latente aos acontecimentos vividos e assimilados na infância, pois somos responsáveis por nossas escolhas, assim como o que fazemos com as lições que nos chegam.
A questão não é causal, mas quem sabe correlacional.
Podemos aprender amar se relacionando. Trocando experiências, afetos, conflitos e sensações.
Não precisamos amar sob os conceitos que nos foram passados. Somos livres para optar.
E ser livre não é beijar na boca e não ser de ninguém. É ter coragem, ser autêntico e se permitir viver um sentimento...
É arriscar, pagar para ver e correr atrás da felicidade. É doar e receber, é estar disponível de alma, para que as surpresas da vida possam aparecer. É compartilhar momentos de alegria e buscar tirar proveito até mesmo das coisas ruins.
Ser de todo mundo, não ser de ninguém é o mesmo que não ter ninguém também... É não ser livre para trocar e crescer...
É estar fadado ao fracasso emocional e à tão temida solidão.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Eu não faço média


Eu jogo todas as fichas de uma vez
Eu me jogo de cabeça mais de uma vez
Eu não sei ficar em cima do muro, eu derrubo de uma vez

Eu olho nos olhos de vez
Eu vou fundo, lá no profundo toda vez
Eu não gosto de superfície e nem de superficialidade, nem de vez em vez.

Eu só sei segurar ou largar de uma vez
Eu sei querer bem ou ignorar uma vez
Mas se eu quiser ficar, é de vez...